O empoderamento das mulheres é o tema mais atual da nossa sociedade.
Muitas conquistas nós alcançamos nas últimas décadas. O empoderamento das mulheres é um reflexo dessas conquistas, um fortalecimento não do feminismo em si, mas da mulher de uma forma geral.
Não somos mais as mesmas. Trabalhamos, sustentamos a casa, cuidamos de filhos. Muitas são as mulheres que se esforçam de maneira surreal para conseguirem se manter e suas famílias. A valorização dessa mulher então vem ganhando espaço e voz e o fortalecimento numa sociedade ainda machista e preconceituosa.
A mulher quer direitos iguais sim, quer ser valorizada e tudo mais que você está ouvindo com frequência em todos os meios de comunicação. A violência contra a mulher não tem mais espaço. As denúncias vêm transbordando nas delegacias. É realmente um posicionamento à frente que a mulher está conseguindo.
Mas e a moda? Será que isso tem repercussão na nossa forma de vestir, de se portar, de se apresentar? Qual é essa relação?
Estive pensando que tem sim. E muito. A mudança no biotipo da boneca Barbie foi uma grande avanço nesse sentido. O ícone da moda no mercado infantil ganhou novas formas e alturas. Um reconhecimento de que aquele modelo esguio e perfeitinho já não faz tanto sentido mais.
Com todo esse poder que a mulher vem percebendo ter, a sua relação com o seu corpo está mudando. Os padrões de beleza até então impostos têm perdido força. Pela primeira vez estamos vendo a valorização do natural, uma aversão ao excesso de tratamento nas imagens, uma aceitação do corpo como ele é.
E isso influencia muito a lingerie também. É cada vez mais frequente marcas que trabalham sem o uso do photoshop em seus lookbooks (como a Aire, nos EUA), marcas que lançam campanhas de valorização do corpo feminino como ele é (a Tulli no Brasil), marcas que valorizam as curvas (como a Calvin Klein, a Flúvia Lacerda na Flaminga). Enfim, a lista vem aumentando cada vez mais.
Está certo que o marketing por trás disso tudo tem um peso muito grande. Mas ninguém pode negar que é uma nova forma de lidar com o corpo da mulher e de vender produtos para ela, não é?
A lingerie entra nesse contexto respeitando cada característica do corpo feminino e a própria mulher. O “vestir-se para o outro” ainda é importante. Vestir-se para si própria, sentir-se feminina, bonita, poderosa, tem feito mais sentido, entretanto. Não que o parceiro tenha sido descartado. A lingerie sempre fez e sempre fará parte do jogo da sedução. Mas a autoestima, o amor próprio, o respeito a quem a mulher é vem ganhando uma força que a faz olhar para ela também.
Vestir uma lingerie bonita, sofisticada no dia a dia faz parte desse empoderamento. Estar bonita para si mesma. O conceito é esse.
Uma nova forma de se valorizar, uma nova maneira de lidar com o corpo, cheio de imperfeições, longe dos padrões de beleza por décadas imposto.
One comment on “Empoderamento das mulheres – O papel da lingerie”
Jeú Frtes
Amei o texto, estou fazendo um trabalho sobre moda inlusiva, e vou usar como citação, espero que não seja um problema. Arrasou.